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Valete edita pela primeira vez em vinil “Educação Visual” e “Serviço Público”

Reerguem-se duas torres. Não são gémeas. São as duas primeiras “filhas” do rapper que assinalou o “Fim da Ditadura” e entrou na Casa Branca para dar xeque-mate ao rei Bush. E tão crescidas que elas estão…

Há muito bem guardadas (em CD) por quem, em bom tempo, lhes deitou a mão (valem ouro nos mercados paralelos), renascem em 2020 maiores que nunca e prontas para uma nova vida, desta vez nos gira-discos.

Pede-se um bem sonoro rufo de tambores, que o momento assim o exige:

“Educação Visual”, de 2002 e “Serviço Público”, de 2006, os dois primeiros álbuns de Valete, estreiam-se, agora, em vinil!

Fruto da ligação do MC à Sony Music Portugal (muito mudou com o passar dos anos), estas reedições, agora no formato mais Hip Hop de sempre, têm tudo para se tornarem ainda mais preciosas peças de coleção, tal como os CDs, e rapidamente desaparecerem dos escaparates. E não é caso para menos.

Voltemos às origens. O calendário assinalava os anos 2000 e no tabuleiro desenrolavam-se jogadas decisivas que ajudaram a mudar o horizonte do Hip Hop Tuga. Era no underground, que se cimentavam definitivamente os alicerces do movimento. Longe dos holofotes do mainstream, que começou a ser assaltado na década anterior por vários tipos de guerreiros, crescia com mais afinco e bravura uma revolução de rimas e batidas que tinha em Valete um dos seus expoentes máximos. O futuro haveria de lhe fazer a justiça merecida elevando-o ao Panteão dos imortais do Rap feito em Portugal. Não é por acaso que alguns dos temas contidos nestes dois discos continuam, ainda hoje, a ser referências obrigatórias junto do crescente público que fez do rap banda sonora para o filme das suas vidas, e que neles se acaba também por rever e reencontrar.

Seja para redescobrir ou pura e simplesmente para ouvir pela primeira vez, estão aqui e agora, ainda para mais no nobre e também imortal vinil, duas páginas fundamentais da história do Hip Hop Tuga. Do flow único às rimas revolucionárias, demolidoras e infinitas de Valete, aos produtores, camaradas e convidados que o acompanham nestas aventuras, não faltam razões para nos orgulharmos destes relançamentos e brindarmos à ocasião em que as agulhas não se perdem em palheiros. Preparem os pratos, o banquete está a ser servido. Em dose dupla. (Ou tripla, aposta certeira no totobola, já que “Serviço Público” surge em duplo vinil.)