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“Tozé Cid – 1969 a 2023” já se encontra disponível
“Todo o Mundo e Ninguém“ é o primeiro single de Tozé Cid. Uma canção carregada de história e simbolismo. Em 1970, Tozé Brito e José Cid repartiram pela primeira vez a autoria, a partir de um poema de Gil Vicente escrito no Século XV, escolhido para escapar ao lápis azul da censura.
Editada originalmente num single em vinil, só muitos anos mais tarde foi disponibilizada em CD através de uma antologia do Quarteto 1111. É agora revisitada e regravada pelos dois históricos para o álbum conjunto de celebração da cumplicidade entre Tozé Brito e José Cid.
Isto depois de ter sido samplada por Jay-Z em “Marcy Me”, do álbum “4:44”, editado em finais de 2017. O instrumental foi então assinado pelo produtor No I.D.
Quando os dois artistas se conheceram, havia um país por resolver e outro por inventar. Partilharam ensaios, viagens, tertúlias e vivências. Aprenderam juntos a fazer. Sem eles, a música portuguesa não seria a mesma, mas a história ainda não acabou. Tozé Cid sintetiza a cumplicidade entre ambos num documento histórico de revisão de Canções de 1969-2023.
Uma amizade que remonta aos dias do Quarteto 1111, quando Tozé Brito entrou para o grupo em 1970, o ano do histórico álbum de estreia, do qual revisitam João Nada, Domingo em Bidonville e Pigmentação (a primeira canção escrita em Portugal sobre a xenofobia), todas proibidas pela censura, retiradas do ar e os discos das lojas. Do mesmo ano, chega “Todo e Mundo e Ninguém”, a primeira escrita a quatro mãos, originalmente editada em single e celebrizada em 2017 por ter sido samplada por Jay-Z. E do Quarteto, voltam ainda a “Memo” e “Os Rios Nasceram Nossos”, ambas do single de 1987, que assinalou a reunião do grupo para comemorar vinte anos de carreira.
Aos Green Windows, a banda formada quando os dias do Quarteto se aproximavam do fim, resgatam com dois lados B: “Bola de Cristal” (de 1973, parceira de “No Dia Em Que O Rei Fez Anos“) e “Uma Nova Maneira de Encarar O Mundo” (de 1974, a outra face do clássico “Vinte Anos“). As restantes quatro, provêm de discos de José Cid: “Lisboa Ano 3000” (1971), “Mitos” (1989), “Soldados Desconhecidos” (1994) e “João Gilberto” e “Astor Piazzolla” (2018).
Para este exercício de revisitação e reconstrução do património conjunto, Tozé Brito e José Cid optaram por escolher canções menos conhecidas do público, com perfil atual. A dupla deu prioridade às vozes, e elaborou arranjos de roupagem acústica, com recurso a instrumentos tradicionais como concertinas, acordeões, gaitas de foles e flautas, a juntar às guitarras acústicas, baixos, teclados e percussões. As gravações decorreram no estúdio de José Cid.
As ilustrações têm assinatura de João Maio Pinto, igualmente responsável pelo vídeo de “Todo o Mundo e Ninguém”. Tozé Cid já está disponível em formato físico em CD e vinil, desde dia 24 de Março.