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RODRIGO LEÃO: “CINEMA (20 ANOS)” JÁ DISPONÍVEL

Músico e compositor, Rodrigo Leão é hoje um dos mais celebrados nomes da modernidade musical portuguesa, tendo alcançado justificada notoriedade internacional graças aos seus trabalhos originais e às bandas sonoras que assinou para êxitos de bilheteira globais, como “O Mordomo” de Lee Daniels ou “A Gaiola Dourada” de Ruben Alves.

Mas pode dizer-se que esse mais amplo reconhecimento do seu talento começou há duas décadas quando lançou o álbum ‘Cinema’, em que se fazia acompanhar por nomes de referência internacionais como Rosa Passos, Beth Gibbons dos Portishead, Ryuichi Sakamoto e também nacionais como Sónia Tavares dos Gift, além de uma elite de músicos da cena musical portuguesa.
“Talvez tenha sido aí”, refere hoje Rodrigo Leão, “que as pessoas começaram a aderir mais ao meu trabalho”. Na verdade, com um passado ligado a importantes fenómenos musicais nacionais como a Sétima Legião e os Madredeus – estes últimos com uma notável carreira de sucesso internacional – e uma série de trabalhos em nome próprio que obtiveram os mais rasgados elogios da imprensa – como ‘Pasión’ ou ‘Alma Mater’, editados no início do milénio -, Rodrigo Leão era tudo menos um desconhecido quando lançou ‘Cinema’. Ainda assim, Rodrigo sublinha a importância que ‘Cinema’ teve para a sua carreira posterior: “Foi com esse disco que pela primeira vez o meu lado mais cinematográfico se juntou às canções mais próximas do universo pop nas colaborações com Beth Gibbons, Sónia Tavares ou Ryuichi Sakamoto. E foi a partir desse momento”, refere ainda, “que comecei a fazer mais música para filmes e a tocar mais os meus temas ao vivo com uma formação de músicos que espelhavam a influência clássica nas cordas, a popular através do acordeão e percussão e a da música pop na combinação de bateria, baixo e guitarras”.

Vinte anos depois, é, por isso mesmo, tempo de celebração. “Estas canções”, admite o compositor, “alcançaram um estado especial, desprenderam-se do tempo e ganharam vida própria e as pessoas ainda hoje as pedem em concertos”. “Aconteceu até”, refere ainda, “a Beth Gibbons ter usado o instrumental d’A Comédia de Deus’ num seu outro projeto”. Realmente, canções como “Rosa”, “Lonely Carousel” ou o tema que dá título ao álbum, para citar apenas alguns exemplos, são hoje tomadas pelas pessoas como clássicos exemplos da distinta arte de Rodrigo Leão, capaz de equilibrar várias emoções e ambientes no espaço de uma única melodia. “Nesta altura, eu já tinha 2 filhos, o António com 3 anos e a Rosa com 10 meses. Acabaram por ser uma grande inspiração para compor muitos destes temas”, admite Rodrigo Leão. “As músicas foram surgindo no meio de muitas mudanças de fraldas, de sopas e biberões. Havia uma harmonia nova na minha vida que intuitivamente foi passando para o meu trabalho”.

Para esta edição comemorativa dos 20 anos de ‘Cinema’, o artista recuperou 2 temas inéditos, das mesmas sessões: “Luzes da Cidade” e “Quarto 501”, e ainda 2 remisturas, apenas disponíveis em discos de promoção da época: “Deep Blue” remix de Tiago Lopes e “Rosa” remisturada por Nuno Gonçalves. Rodrigo Leão apresenta um espetáculo preparado especialmente para assinalar esta data, no Coliseu do Porto a 27 de junho e no Coliseu de Lisboa no dia 28 de junho.