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Lançamentos

Sozinhos à Chuva

Sozinhos à Chuva

«Ao longo da nossa carreira, tivemos o privilégio de poder partilhar momentos absolutamente inesquecíveis, entre nós e com milhões de pessoas. Momentos que nos emocionaram, que nos deram as lágrimas mais felizes e os sorrisos mais vincados.

No entanto, quando terminámos a tour de 2018 e a promoção do nosso terceiro álbum – depois de singles como ‘Era Eu’, ‘Pensa Bem’, ‘Oquelávai’ ou ‘Nasty’ -, sentimos pela primeira vez a necessidade de nos afastarmos uns dos outros e de digerir o que tinham sido os últimos 7 anos das nossas vidas: 3 discos editados, quase 600 concertos, dezenas de colaborações e muita exposição, que sabemos ser inerente à nossa profissão. Precisámos afastar-nos para podermos viver as nossas histórias individuais, para depois voltar a sentir prazer pelo que fazemos, algo o peso da rotina tende a desvanecer.

Estivemos um ano e meio afastados mas sempre a fazer canções. E numa viagem ao Brasil, em Fevereiro de 2019, encontrámo-nos novamente e voltámos a sentir o que nos fez formar uma banda quando éramos adolescentes e o que nos fez querer criar canções maiores do que nós. O nosso propósito.

Decidimos então que o nosso quarto trabalho de originais não poderia ser apenas um conjunto de canções. Sentimos a necessidade de nos autoimpor mais um desafio e de criar uma obra musical para ser ouvida ininterruptamente, da primeira à última faixa; uma viagem sonora e emocional que nos enche a alma e dá sentido ao que fazemos.

Planeámos regressar em força em 2020, lançar uma canção por mês, com início em Janeiro, e em Abril desvendar toda a viagem, o álbum completo. Lançámos ‘Tento’, ‘Um Bocado’, ‘Ela’ e ‘Oh No’.

Porém, 2020 revelou-se cheio de ‘surpresas’ e veio-nos mostrar-nos que não controlamos tudo o que nos rodeia, e que aquilo que temos como garantido nos pode ser retirado de um dia para o outro.

Demos um passo atrás e questionámo-nos, como muitos certamente fizeram. E percebemos que tínhamos que voltar a centrar-nos e reajustar os planos. Optámos por adiar o lançamento do álbum e decidimos dedicar o nosso tempo às pessoas que amamos.

Quando voltámos a focar-nos no trabalho, optámos por retirar do alinhamento do longa-duração as canções que já havíamos lançado até Abril e não divulgar mais temas até à data de edição do álbum.

O nosso novo trabalho sairá a 30 de Outubro e vai chamar-se “Sozinhos à Chuva”.

Foi uma maratona mas conseguimos.

A escolha do nome do álbum (que é também o nome de uma das faixas do mesmo) resume esse percurso do sentimento de não pertença, da facilidade com que nos isolamos e de sentirmos que não precisamos do outro, até à tomada de consciência de que esse não é o caminho que nos está destinado e, na realidade, quando partilhamos e nos unimos (mesmo estando afastados) é que a ‘magia’ acontece. E associámos assim “sozinhos” (plural) à ideia da “chuva”, que simboliza tudo aquilo que ‘cai’ sobre nós, sejam vitórias, desilusões, momentos que nos encheram a alma de felicidade e também episódios mais duros que nos obrigaram a crescer. Num momento, podemos estar na melhor fase da nossa vida e, no outro, estamos a lutar pela sobrevivência da nossa família. No fundo, estamos todos à chuva.

A necessidade de partilha foi também um dos grandes impulsionadores deste projeto e, por isso, este é também o nosso álbum mais colaborativo. Em “Sozinhos à Chuva” contámos com a colaboração de Mike11, T-Rex, Suave, Ivo Lucas, Bárbara Bandeira, Carolina Deslandes, Nelson Freitas, Lutz e Meoli.

Incluindo a parte artística, em nenhum dos nossos anteriores projetos tivemos tantos intervenientes e colaborações nas diversas áreas que compõem o mesmo. Desde a nossa banda (que se entregou de alma e coração), à edição, mistura, masterização, vídeo, conteúdos digitais, e não só.

Não podíamos estar mais orgulhosos deste trabalho e não temos qualquer dúvida que é o nosso melhor projeto até à data, pois sentimos que nos reinventámos e que fomos genuínos. Talvez o maior desafio de quem trabalha no meio artístico.

Em suma, “Sozinhos à Chuva” resume o nosso passado, assume o nosso presente e espreita pela fechadura do nosso futuro.» – D.A.M.A