LXSP

Em Maio de 2019 os PAUS estiveram 15 dias perdidos em São Paulo.

Aconteceu muita coisa nestes 15 dias. Em São Paulo, no Brasil, em Portugal e dentro dos PAUS. Mudar dói mas é preciso. Outras formas de fazer mostram outros ângulos, outras verdades, aumentam empatia e tornam visíveis realidades silenciadas. É preciso ver como vivem os outros para perceber que os outros não existem.

Nas palavras da banda: “Fomos para São Paulo perder-nos mas não nos encontrámos – encontrámos nós. A oportunidade de gravar no Red Bull Music Studios São Paulo criou o espaço seguro que precisávamos para virarmos esponjas e convidar pessoas que fomos conhecendo nos últimos meses para fazer música juntos, para ficar amigos. Guilherme Kastrup, o percussionista e produtor foi o primeiro a juntar-se às sessões. Com ele organizámos 4 músicas e aumentámos o pulso com os seus tambores. Depois ouvimos e chamámos vozes. Dinho Almeida, a sereia do futuro que canta nos Boogarins, elevou a canção pra outro plano e juntos fizemos a “Corpo Sem Margem”. Maria Beraldo, a multi-instrumentista e compositora que nos rachou a cabeça com o seu “CAVALA” também aceitou colaborar connosco e levou-nos para “Fora de Pé”.  Por fim o poeta e profeta Edgar largou a lírica e a magia, e incendiou-nos com um “Memória Afetiva Descolonizada”. A última canção foi a única sem voz, porque não havia palavras – estávamos “Perdidos em SP”.

Vir a esta cidade e trabalhar com estas pessoas, ver e ouvir o que vimos fez com que mudássemos a nossa percepção de muita coisa. A realidade desta cidade é múltipla, mágica, assoberbante, violenta e de uma humanidade maior que tudo. Sentimos muito e percebemos pouco. O EP que fizemos lá é um testemunho de toda essa experiência, um documento do que sentimos aqui. A ligação foi feita e chama-se “LXSP”.”