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Bio

Chegada ao mundo em Valjevo na Sérvia, sem qualquer vestígio familiar que o pudesse explicar, apaixonou-se ainda criança pelas línguas e pelas culturas ibéricas. Foi, antes de mais, a música que a atingiu em cheio no coração – ouviu flamenco e fado, e percebeu que havia algo dentro de si a vibrar com aquelas músicas e aquelas palavras vindas de outras paragens. Eram músicas que punham a voz em destaque, que atiravam as palavras para a frente e que pareciam, por isso, subitamente próximas das suas origens balcânicas. Mesmo que não percebesse ainda o que diziam tais canções, soube logo que falavam consigo. Aos 13 anos, mal sabendo então que palavras lhe saíam da boca, venceu um concurso de canto local ao atrever-se a pôr na voz “Paixões Diagonais”, tema escrito por João Monge e composto por Miguel Ramos para o álbum de Mísia baptizado com o mesmo nome. Foi um primeiro sinal do que estava para vir.

Empurrada pela música, Tamara quis estudar português e espanhol, quis viver em Lisboa e em Sevilha, quis aproximar-se do fado e do flamenco, quis pertencer e sentir-se parte de regiões que mais facilmente seriam meros lugares desenhados num mapa-mundo ou eventuais destinos de férias. Mas com Tamara não foi e não é assim – sente-se cidadã dos dois países, fala ambas as línguas com um sotaque que roça a perfeição, canta os dois géneros como se neles tivesse caído ainda na infância e neles se tivesse banhado a vida toda. Tudo natural, sem esforço, e com uma paixão que contagia quem a ouve.